Um telefonema, bilhões em jogo: como Lula e Trump viraram o centro do mercado
O telefonema que pode mudar o rumo do mercado
A possível ligação entre Trump e Lula virou o centro das atenções do mercado global. O pano de fundo: a decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de até 50% sobre uma série de produtos brasileiros a partir do dia 07. O clima é de urgência — e o mercado está precificando não só os impactos comerciais diretos, mas também os desdobramentos políticos que podem afetar o Brasil no médio prazo.
A diplomacia vai interferir nos preços?
Apesar de algumas exceções na lista (como suco de laranja, petróleo e aviões da Embraer), a medida representa um retrocesso na relação bilateral. Trump, em sua forma característica, afirmou:
“Ele [Lula] pode falar comigo quando quiser.”
O mercado agora especula: o Planalto vai agir a tempo de evitar a taxação total? Uma ligação com o ex-presidente americano poderia amenizar o clima e restaurar a previsibilidade nas relações comerciais. Caso contrário, o impacto pode se espalhar por vários setores da bolsa.
MERCADOS GLOBAIS: MUDANÇAS NO AR
Estados Unidos: juros e payroll abrem espaço para cortes
A divulgação do relatório de emprego (Payroll) trouxe um dado surpreendentemente fraco: crescimento abaixo do esperado e revisões negativas dos meses anteriores. A isso se somou a renúncia de Adriana Kugler no Federal Reserve, o que reacendeu apostas mais agressivas de corte de juros ainda em setembro.
O mercado precifica três cortes até o fim do ano, o que cria um ambiente de maior apetite por risco — especialmente para emergentes. No entanto, a tensão política nos EUA pode moderar essa empolgação.
Europa: olhos no Banco da Inglaterra
Nesta semana, o Banco da Inglaterra decide a taxa básica de juros. A expectativa é de manutenção, mas com sinalizações mais dovish — o que pode favorecer ações britânicas e pressionar a libra.
China: expectativa por dados da balança comercial
O gigante asiático vai divulgar os dados da balança comercial nos próximos dias. Um resultado fraco pode reforçar a tese de desaceleração global — afetando diretamente o desempenho de commodities, especialmente petróleo, minério e soja.
BRASIL: CAUTELA, BALANÇOS E COPOM
O Banco Central divulga amanhã a ata da última reunião do Copom. O tom deve continuar prudente, refletindo o cenário internacional incerto, o avanço da inflação de serviços e a piora na percepção fiscal.
No campo corporativo, esta semana promete ser agitada. Teremos resultados de gigantes como:
Petrobras: o foco estará no fluxo de caixa e pagamento de dividendos
Itaú: atenção especial à inadimplência e guidance para o segundo semestre
Embraer e B3: importantes para medir a saúde de setores exportadores e do próprio mercado financeiro
ANÁLISE TÉCNICA DOS ATIVOS
S&P500 – Testando a estrutura de alta

O índice norte-americano corrigiu após o Payroll, mas respeita a LTA (linha de tendência de alta) formada desde outubro do ano passado. A depender dos próximos balanços e falas do Fed, podemos ver um novo impulso rumo às máximas históricas.
🟡 Suporte: 5.480 pontos
🟡 Resistência: 5.620 pontos
IBOVESPA – Esperando por definição política

O índice opera em consolidação, logo acima da média móvel de 200 períodos.
O clima de incerteza sobre a relação Brasil-EUA está segurando movimentos mais agressivos.
Se houver sinal de acordo diplomático, o Ibovespa pode voltar para a região dos 134 mil pontos. Caso contrário, pode perder força e buscar 130 mil como novo suporte.
OURO (XAU/USD) – Estratégia de lateralização

O ativo permanece sem tendência definida no curto prazo. As médias estão laterais e os candles recentes indicam equilíbrio entre compradores e vendedores.
É um cenário típico para operações de range trading, buscando os extremos da consolidação.
EUR/USD – Apoiado em suporte técnico

Após testar resistências importantes e corrigir com força, o par está tentando se firmar acima da média de 50 períodos. Os dados dos EUA podem ditar o ritmo — especialmente se novos indicadores confirmarem fraqueza na economia americana.
A projeção mais provável é de retorno gradual para o topo da consolidação anterior (1.0950).
CONCLUSÃO
A semana começa com expectativa máxima em torno da diplomacia. Um simples telefonema pode acalmar os mercados e evitar prejuízos significativos ao comércio brasileiro.
Enquanto isso, os investidores precisam manter o radar ligado para:
A ata do Copom e sua leitura sobre inflação e política fiscal
Os resultados de empresas-chave para o IBOV
Novos sinais de corte de juros nos EUA
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