Brasil na mira dos EUA e inflação no radar: semana de tensão diplomática e econômica

A semana passada trouxe mais do mesmo em termos de decisões de juros: os principais bancos centrais globais agiram com cautela, exatamente como o mercado esperava. Mas a calmaria foi só na superfície. O pano de fundo segue carregado de tensão — política, econômica e diplomática.

No Brasil, a novela da anistia e da reforma tributária ganhou novos capítulos. Nos EUA, rumores de retaliações contra o Brasil após a condenação de Bolsonaro voltam ao centro da conversa. E os dados de inflação, por aqui e lá fora, prometem balançar os mercados.

🌍 Cenário Internacional

Esta será uma semana densa de indicadores no exterior. Os EUA divulgam dados do PIB, PMIs e o PCE, que é o índice de inflação preferido do Federal Reserve. Qualquer surpresa nesses dados pode alterar as apostas sobre novos cortes de juros ainda em 2025.

Na Zona do Euro, os PMIs também serão divulgados, trazendo sinalizações importantes sobre o ritmo da economia europeia, que já mostra sinais de desaceleração.

Outro fator que adiciona estresse ao ambiente internacional é a crescente tensão diplomática entre Brasil e EUA. O senador americano Marco Rubio sugeriu novas sanções contra o Brasil em resposta à condenação de Bolsonaro, e o discurso do presidente Lula na ONU, nesta terça-feira, pode servir como gatilho para novos ruídos diplomáticos.

Cenário Doméstico

No Brasil, a pauta econômica e política se misturam. A Câmara dos Deputados aprovou a PEC da Blindagem e deu andamento à Lei da Anistia, enquanto o governo tenta avançar com as promessas fiscais: a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, a MP do tarifaço e a segunda fase da reforma tributária.

Na parte macro, o destaque vai para a ata do Copom e o Relatório de Política Monetária, que serão analisados com lupa pelo mercado. Além disso, o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas mostrará o estado atual das contas públicas, e o IPCA-15 trará um termômetro atualizado da inflação.

O investidor deve estar atento: além da inflação e dos juros, o risco político e diplomático voltou a entrar no jogo com força.

📊 Análises Técnicas 

S&P 500

O índice americano atingiu o alvo da semana passada e segue em alta, deixando um novo pivô de alta que projeta níveis mais elevados pela expansão de Fibonacci. No entanto, com tantos dados relevantes saindo esta semana, um pullback técnico pode ocorrer antes de novas máximas. 

Ibovespa

O Ibovespa alcançou os 145 mil pontos, e agora este nível atua como suporte. O gráfico pressiona a LTA, sugerindo possível continuidade de alta. Porém, o analista recomenda ficar de fora do ativo por enquanto, principalmente diante das novas sanções dos EUA e da expectativa em torno do discurso de Lula. 

Ouro (XAU/USD) 

O ouro mantém o padrão Mastro-Bandeira, com forte valorização. O próximo alvo técnico está nos US$ 3.800 por onça troy, com expectativa de continuidade da tendência diante do aumento do apetite global por proteção. 

Euro/Dólar (EUR/USD)

O par rompeu a consolidação de médio prazo, corrigiu para um suporte técnico e agora se prepara para um possível pullback de alta. Se romper o topo anterior, pode ser um excelente gatilho de compra. 

Conclusão

A semana será marcada por um combo de fatores estressantes: dados de inflação e atividade, risco fiscal interno, tensão diplomática com os EUA e jogo político pesado em Brasília. Para quem acompanha mercado, o melhor é manter o radar ligado — e o emocional bem ancorado. 

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