Semana de montanha-russa: Payroll, PIB e julgamento de Bolsonaro agitam mercados
Introdução
A primeira semana de setembro chegou trazendo um misto de calmaria e tensão para os mercados. Com os EUA em feriado, os negócios começaram em ritmo lento, mas a paz não deve durar. Dados de emprego americanos, PIB brasileiro e o julgamento de Jair Bolsonaro no STF prometem agitar investidores, afetando diretamente o dólar, os juros e até o apetite por risco nos próximos dias.
🌍 Cenário Internacional
O foco dos investidores globais está nos dados de emprego dos EUA (Payroll), que serão divulgados na sexta-feira. O número é visto como um dos principais termômetros para a próxima decisão do Federal Reserve. Caso o dado indique fraqueza no mercado de trabalho, pode reforçar a expectativa de corte de juros ainda em setembro. Caso contrário, o Fed pode adiar a tesoura e manter os juros elevados por mais tempo.
Na semana anterior, o índice de inflação PCE veio em linha com as projeções, o que levou o S&P500 a renovar suas máximas históricas. Mas a cautela permanece: com o Payroll se aproximando, o mercado pode experimentar maior volatilidade, especialmente diante da sensibilidade do Fed aos dados de emprego.
Além disso, cresce o receio de que Donald Trump, em meio à escalada política no Brasil, use sua retórica para propor novas sanções contra o país — especialmente se o julgamento de Bolsonaro seguir para um desfecho desfavorável no STF.
Cenário Doméstico
No Brasil, o noticiário político e econômico estão fortemente entrelaçados nesta semana. O STF iniciou o julgamento de Jair Bolsonaro, o que promete gerar ruídos no mercado e nas redes sociais. Ao mesmo tempo, pesquisas eleitorais apontam o avanço de Tarcísio Freitas como possível nome competitivo para 2026, reconfigurando o mapa político e afetando ativos sensíveis ao “trade eleitoral”.
Do ponto de vista econômico, os destaques são o PIB do segundo trimestre e a produção industrial — ambos cruciais para entender os efeitos dos juros altos na atividade. Se os dados vierem fracos, o mercado pode intensificar as apostas por cortes mais rápidos na Selic, abrindo espaço para alívio no crédito e estímulo ao consumo.
Outro fator relevante é a reforma do Imposto de Renda, que propõe isenção para quem ganha até R$ 5 mil. Apesar de popular entre a base da pirâmide, a medida pode enfrentar forte resistência política, pois exige aumento de carga tributária sobre os mais ricos. O impasse pode atrasar o avanço da pauta econômica no Congresso.
📊 Análises Técnicas
S&P 500

O índice americano renovou sua máxima histórica na última semana, impulsionado pelo PCE em linha com o esperado. Porém, com o mercado fechado nesta segunda (feriado do Dia do Trabalho), os próximos movimentos dependerão da repercussão do Payroll. A LTA segue como suporte, assim como a média móvel de 21 períodos, que sustentou a última correção. Se o dado de emprego vier fraco, o índice pode buscar novas máximas.
Ibovespa

O Ibovespa rompeu a máxima histórica, atingindo 142.500 pontos. Apesar da baixa liquidez no pregão desta segunda, o movimento de alta foi confirmado. No entanto, com uma semana marcada por dados econômicos e especulação política, o índice pode sofrer maior volatilidade. O cenário recomenda cautela, especialmente diante do julgamento de Bolsonaro e possíveis desdobramentos geopolíticos.
Ouro (XAU/USD)

Após romper a zona de consolidação, o ouro acumula cinco altas consecutivas e se aproxima de sua máxima histórica. A tendência é de correção de curto prazo (pullback), que pode levar o ativo de volta ao topo da consolidação anterior antes de buscar novos patamares.
Euro/Dólar (EUR/USD)

O par segue em consolidação de médio prazo, com baixa volatilidade e sem direção clara. O preço está no meio do canal e as médias móveis não indicam tendência. Operações mais seguras são recomendadas apenas nos extremos do “caixote”.
Conclusão
Mesmo com um início de semana mais calmo, o mercado deve enfrentar forte volatilidade nos próximos dias. Os dados do Payroll, o PIB brasileiro, o julgamento no STF e a tramitação da reforma do IR formam um conjunto explosivo de gatilhos para os preços dos ativos.
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