Payroll fraco reforça aposta em corte de juros, mas julgamento de Bolsonaro e tensão global dominam o radar
O relatório de emprego dos EUA (Payroll) confirmou o que o mercado queria ouvir: o corte de juros está no horizonte. Mas, como sempre, o mercado também achou motivo para cautela. O dado, embora positivo para as apostas monetárias, também pode sinalizar uma desaceleração mais forte da economia americana.
No Brasil, o cenário se divide entre o alívio externo e a tensão política interna. A semana promete ser dominada pelo desfecho do julgamento de Jair Bolsonaro no STF, enquanto o cenário internacional se agita com tensões geopolíticas, decisões judiciais nos EUA e mudanças políticas na Europa e Ásia.
🌍 Cenário Internacional
O Payroll mais fraco que o esperado reacendeu com força as apostas de corte de juros nos EUA já neste mês — e abriu espaço para novas quedas em outubro e dezembro. Mas o mercado também leu o dado como possível sinal de desaceleração mais forte da economia americana, o que gerou cautela adicional.
Enquanto isso, o cenário geopolítico ganha destaque. A Opep+ anunciou aumento na produção de petróleo, o que pode mexer com os preços da commodity. No Oriente Médio, EUA tentam mediar um cessar-fogo entre Israel e Hamas. Já nos EUA, uma corte alegou que a maioria das tarifas da era Trump são ilegais e impôs prazo para anulação — uma decisão que, se confirmada, pode obrigar os EUA a devolver cerca de 50% do arrecadado com essas tarifas. Trump, por sua vez, recorreu e aguarda decisão da Suprema Corte.
Na Europa e Ásia, a instabilidade também aumenta: o primeiro-ministro do Japão anunciou sua renúncia e o Parlamento francês pode derrubar o premiê em votação ainda nesta semana. desfavorável no STF.
Cenário Doméstico
No Brasil, o Ibovespa reagiu bem ao cenário externo, com juros futuros recuando e o dólar voltando para a faixa dos R$ 5,40. No entanto, o otimismo do mercado financeiro esbarra no risco fiscal e no ambiente político instável.
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF é o principal evento doméstico da semana e promete monopolizar as atenções até sexta-feira. Em paralelo, o projeto de anistia — que pode devolver a elegibilidade de Bolsonaro — começa a esquentar o debate político, já mirando as eleições de 2026.
Na agenda econômica, o destaque vai para os dados de IPCA e IGP-DI de agosto, além das vendas no varejo e serviços, que devem ajudar a medir a resiliência da economia diante dos juros ainda elevados.
📊 Análises Técnicas
S&P 500

O índice renovou sua máxima histórica na semana passada, com suporte na linha de tendência de alta (LTA) de médio prazo. A tendência permanece forte e o próximo alvo está na região dos 6.600 pontos.
Ibovespa

O Ibovespa segue em movimento de alta, sustentado por indicadores positivos. No entanto, o analista recomenda cautela diante do risco político elevado desta semana, principalmente em função do julgamento no STF. A melhor estratégia pode ser observar de fora nesse momento.
Ouro (XAU/USD)

O ouro disparou nos últimos dias, renovando máximas históricas consecutivas. O movimento reflete a busca global por proteção em meio ao aumento dos riscos geopolíticos. Após uma alta próxima de 10%, a recomendação é aguardar um sinal de correção (pullback) antes de entrar em novas posições.
Euro/Dólar (EUR/USD)

O par rompeu a consolidação de curto prazo nesta segunda-feira, dentro de uma lateralização maior de médio prazo. O topo do “caixote” é o próximo objetivo, e pode representar uma boa região para buscar operações de venda ou reversão.
Conclusão
A semana está carregada de eventos com alto potencial de impacto para os mercados. O alívio com o Payroll foi apenas o início. A tensão política no Brasil, aliada às incertezas geopolíticas e decisões monetárias no exterior, exigem atenção redobrada dos investidores.
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