Lula e Trump selam reaproximação, enquanto inflação e petróleo dominam o radar
A tão esperada ligação entre Lula e Donald Trump finalmente aconteceu, abrindo um canal formal de comunicação entre os dois governos e iniciando um processo de reversão das sanções que vinham pesando sobre o Brasil. A expectativa do mercado é de melhora nas relações comerciais e alívio tarifário.
Enquanto isso, o mercado global segue com atenção ao shutdown nos EUA, à inflação no Brasil e ao impacto do novo aumento de produção anunciado pela Opep+, que pode pressionar os preços do petróleo e reacender preocupações com a inflação global.
🌍 Cenário Internacional
Nos EUA, o governo entrou em shutdown após o impasse político entre Trump e os democratas, paralisando parte dos serviços públicos federais e interrompendo a divulgação do payroll, dado essencial para decisões do Fed. A ausência desses dados adiciona incerteza às apostas sobre os juros, mesmo com o mercado precificando cortes para outubro ou dezembro.
A semana também será marcada por uma maratona de discursos de dirigentes do Fed, incluindo Jerome Powell. Cada sinal dado pode influenciar diretamente os ativos de risco.
Outro destaque global é o anúncio da Opep+ de um novo aumento na produção de petróleo, o que pode impactar os preços da commodity, alterar expectativas de inflação global e, consequentemente, mexer com o discurso dos bancos centrais.
No Oriente Médio, a tensão entre Hamas e Israel segue elevando o risco geopolítico.
🇧🇷 Cenário Doméstico
No Brasil, o clima político melhorou com a aprovação do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, medida que pode fortalecer a imagem do governo junto à base popular. Nos bastidores, já circulam rumores de um novo projeto de transporte gratuito como bandeira eleitoral para 2026.
O grande destaque da semana é o IPCA de setembro, que deve vir pressionado pelo fim do desconto da energia de Itaipu, elevando o custo da conta de luz e dando um sinal de que a inflação ainda não está completamente sob controle.
Por fim, o telefonema entre Lula e Trump, confirmado nesta segunda, teve tom positivo. Lula teria solicitado a reversão do tarifaço sobre produtos brasileiros, a devolução de vistos a parlamentares sancionados e a retirada de Alexandre de Moraes da Lei Magnitsky. Trump delegou as tratativas ao secretário de Estado Marco Rubio, que vai negociar diretamente com Alckmin, Haddad e Mauro Vieira.
📊 Análises Técnicas
S&P 500

O índice segue em tendência de alta, operando próximo da máxima histórica, com alvo técnico em 6.800 pontos. No entanto, já são três pregões andando de lado. O rompimento da máxima será o gatilho operacional para buscar novo movimento direcional.
Ibovespa

O Ibovespa sofreu uma correção técnica, perdeu a LTA e agora utiliza a média móvel de 21 períodos como suporte. Sem direção clara no início da semana, é necessário aguardar: se perder o suporte, o próximo alvo é a média de 50; se retomar a alta, o alvo volta a ser a máxima histórica.
Ouro (XAU/USD)

O ouro segue em forte tendência de alta, renovando máximas com alta de 2% nesta segunda. O próximo grande obstáculo é o número psicológico de US$ 4.000 por onça. Pode haver correção antes de alcançar esse patamar, o que criaria uma nova oportunidade de entrada.
Euro/Dólar (EUR/USD)

O par segue em forte consolidação, com baixa volatilidade e sem direção clara. Está negociando no meio do retângulo técnico. A recomendação segue: aguardar os extremos do canal para buscar operações mais seguras.
Conclusão
O cenário começa a se alinhar para o Brasil, com avanço político interno, diplomacia em curso com os EUA e agenda econômica ativa. No entanto, o mercado global ainda enfrenta riscos relevantes, com foco na inflação, petróleo e paralisação nos EUA. A semana será curta para alguns, mas intensa para todos.
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