Guerra, petróleo e juros: semana começa com tensão máxima nos mercados
🌍 Cenário internacional: petróleo dispara com ataque ao Irã
A tensão no Oriente Médio voltou ao centro do radar global. Nesta segunda-feira (23), os Estados Unidos realizaram um ataque a instalações nucleares no Irã, reacendendo temores de um conflito militar mais amplo na região. A resposta do mercado foi imediata: o petróleo tipo Brent subiu mais de 5%, voltando a operar acima dos US$ 90 o barril, com investidores se reposicionando em ativos de proteção.
Esse movimento eleva as expectativas inflacionárias no curto prazo, especialmente em economias que ainda enfrentam dificuldade para consolidar o processo de desinflação. O ouro também voltou a ser demandado, ainda que sem força suficiente para romper sua máxima histórica.
Brasil: cenário interno volta a gerar incerteza
No cenário local, o destaque continua sendo a instabilidade política. Após a decisão do governo de aumentar o IOF sobre transações internacionais, diversos partidos se uniram para apresentar uma proposta de decreto legislativo visando derrubar a medida. A votação pode ocorrer ainda nesta semana, e deve influenciar diretamente a precificação do câmbio e do risco-país.
Outro ponto de atenção é a surpresa vinda do Comitê de Política Monetária (Copom). Na última reunião, o Banco Central elevou a taxa Selic de 14,25% para 15%, justificando a medida com base em riscos externos, deterioração fiscal e impacto da alta do petróleo. A decisão pegou o mercado de surpresa, que majoritariamente esperava manutenção da taxa.
📉 Análises técnicas da semana
IBOVESPA
O Ibovespa deu início à semana com uma correção, reforçando um possível topo triplo no gráfico diário. O índice recua em direção à média de 21 períodos, que pode servir como primeiro suporte relevante. Caso o cenário geopolítico continue pressionando o apetite por risco, o índice pode buscar a região dos 135 mil pontos, onde encontra o fundo anterior.

OURO (XAU/USD)
O ouro permanece consolidado, testando a faixa de resistência na região de US$ 2.450. Apesar da alta do petróleo e do aumento do risco geopolítico, o metal precioso ainda não rompeu sua máxima histórica. Caso a tensão no Oriente Médio se intensifique, o ouro deve romper essa barreira e buscar novas máximas.

EUR/USD
O par EUR/USD segue forte e rompeu os 1.10, atingindo o maior patamar desde março de 2021. O movimento foi impulsionado tanto pela expectativa de corte de juros nos EUA quanto pela melhora nos indicadores da Zona do Euro. No curto prazo, o par pode buscar a região de 1.12 se mantiver a força compradora.

S&P 500
O principal índice americano não foi abalado pelas especulações de curto prazo, mostrando uma forte intenção de valorização. Atualmente está andando de lado bem próximo à máxima histórica e acima das médias móveis, utilizando a de 21 períodos no gráfico diário como suporte.
A tendência de médio e longo prazo é nitidamente de alta, e a atual consolidação deve se manter até que o mercado tenha mais clareza sobre o desdobramento do conflito no Oriente Médio. Pela reação do mercado até agora, as apostas apontam para uma possível amenização, o que pode levar o índice a testar novas máximas em breve.
Para operações no ativo, o ideal é aguardar o rompimento do retângulo de consolidação — tanto para cima quanto para baixo.

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Marcos Praça comenta em vídeo os principais pontos desta semana e os desdobramentos possíveis para o investidor. Veja o panorama completo com contexto, gráficos e orientações estratégicas:
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