Guerra no Oriente Médio, PIB fraco na China e alívio Brasil-EUA: o que esperar dos mercados?
A semana foi marcada por um forte contraste entre tensões geopolíticas no Oriente Médio, sinais de desaceleração econômica na China e uma surpreendente melhora no clima diplomático entre Brasil e Estados Unidos. Para os mercados, o resultado foi uma combinação de cautela global e leve otimismo local, com impactos relevantes nos preços de ativos como petróleo, ouro e dólar.
🌍 Cenário Internacional
O principal ponto de atenção continua sendo a escalada do conflito entre Israel e Hamas. A ofensiva terrestre israelense ainda não se concretizou plenamente, mas o número de mortos segue crescendo, aumentando o risco de internacionalização da guerra. Apesar disso, o petróleo apresentou queda nos últimos dias, com o barril do Brent se mantendo abaixo dos 93 dólares, o que sinaliza uma percepção de controle temporário da situação.
Na China, os dados do PIB do terceiro trimestre vieram abaixo do esperado: crescimento de apenas 1,3% ante o trimestre anterior e de 4,9% na comparação anual. Isso reforça as preocupações com a recuperação econômica chinesa e seus impactos sobre a demanda global por commodities.
Nos Estados Unidos, os dados de varejo e produção industrial superaram as expectativas, indicando resiliência na atividade econômica. Com isso, os juros longos voltaram a subir e o mercado passa a precificar um ambiente de taxas elevadas por mais tempo. O dólar se fortaleceu no cenário internacional.
🇧🇷 Cenário Doméstico
No Brasil, o foco está no avanço da pauta fiscal. Após o déficit primário de R$ 16,5 bilhões em setembro, o governo pressiona pela aprovação de medidas para aumentar a arrecadação. Há expectativa de que a Câmara avance com a tributação de fundos exclusivos, offshores e apostas esportivas, além de medidas que afetam a compensação do ICMS.
Ao mesmo tempo, uma reaproximação diplomática entre Brasil e Estados Unidos trouxe certo alívio ao cenário político. A carta assinada por senadores americanos, como Marco Rúbio, foi respondida de forma institucional pelo Itamaraty, buscando pacificar o ambiente.
O IPCA-15 da próxima semana será fundamental para balizar as apostas sobre o corte da Selic, que deve continuar em 0,50 ponto percentual. O mercado segue dividido entre 9,25% ou 9,00% como taxa final do ciclo.
📊 Análises Técnicas
Ibovespa

O principal índice da bolsa brasileira se manteve acima da região de suporte nos 113.000 pontos. O mercado reage positivamente ao alívio nas tensões políticas e à expectativa de continuidade dos cortes na Selic. Resistência importante em 116.700 pontos.
S&P 500

O índice americano segue pressionado por juros mais altos, mas segurou acima da faixa de suporte nos 4.250 pontos. Uma perda desse nível pode abrir espaço para quedas até 4.120. Resistência em 4.400 pontos.
Ouro (XAU/USD)

O metal teve forte volatilidade, com movimentos influenciados pelo conflito no Oriente Médio. Suporte em 1.890 e resistência em 1.990 dólares por onça. O ouro continua como ativo de proteção.
Euro/Dólar (EUR/USD)

O euro perdeu força frente ao dólar após os dados robustos dos EUA. O par rompeu suporte em 1,0530 e pode buscar a região de 1,0450. Resistência em 1,0630.
Conclusão
A combinação de riscos geopolíticos, incertezas fiscais e dados econômicos mistos exige atenção redobrada dos investidores. As próximas semanas serão decisivas para entender o ritmo de desaceleração da economia global e o desfecho das negociações políticas no Brasil.
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